Sunday, June 07, 2009

Mãos

Prontificas-te a despir o teu vestir vertido em tuas mãos sôfregas de coabitação. Como se divergisses íngreme em prol do incremento de uma ilustração despreocupada.

Reavivo-te. Eras sempre o primeiro a arrojar novo repto para qualquer dúvida adjectiva. Num momento específico, os teus passos ajeitaram-se em caminhos agonizantes por onde te desossas em inércias criativas e em estiramentos dançantes e cantantes e domesticados em espaços oblíquos e agrestes.

Possuís ainda essa contra-natureza trocista de luz tremeluzente. E continuas a consolar-te com pouco, com muito menos do que a sombra que és agora. Se é que ainda permaneces sombra. Menos do que isso, admito desconhecer. Mais, também não me recordo.

Deleitamo-nos com aquela diferença fundamental sobre um passado em comunhão. Agora enclausuras-te em risinhos nervosos e débeis e qualquer refutação implicaria um esforço excessivo de continuidade no sentido de uma objecção fervorosa. Para que servirá tal conjuntura de reais percepções em lacuna, senão para que seja vocacionada para uma partilha estilhaçada em tuas mãos.

São deleitosas as tuas mãos. Penso-o sem deixar de me Sentir instigado por estes ateares de fogueiras. Sou fogo-posto porque a tua ausência de intenção arde-me por dentro e nem sequer me recompensa com alguns daqueles beijos colhidos em casualidades por decifrar. Em rupturas cimentadas por astros-rei e satélites giratórios em torno do respectivo objecto de veneração.

Representamos assim todas as Eras e os escritos que se desaguaram em arruamentos sub-reptícios da nossa história. Pois que seriam os únicos. Todos os outros encontravam-se pejados de gente exposta à tua anuência oportuna.

1 comment:

Luís Filipe C.T.Coutinho said...

Voltei a encontrar-te depois de tanto tempo...´


beijos