Monday, September 18, 2006

Poema verbalizado antes de acontecer

Ocorreram realidades semelhantes para nos reencontrarmos confrontados com redundâncias incriadas
O pavimento da rua escorregadio ensombrava-se no brilho plastificado do soro humidificado
E o reflexo das duas mãos diferentes de homem e de mulher destinava-se a reflectir-se em todo o reflexo deambulado pelos pés mortificados na procura
Porque andamos como dançamos e dançamos como desejamos
Ainda que em silêncio
Ainda que não pronunciado o segredo porém mantendo-se corpóreo
Corpóreo como só quem o sabe Ser
Num local cinzento em que a noite era dia e dia noite
E cantamos
E dançamos
Embriagamo-nos ausentes
Porque apenas do presente se alimentava o passo a passo
Não transpondo por caminhos ausentes de certezas já ocorridas
Persistindo o reflexo que se mantém redolente para o bem das nossas ilusões porfiosas

Sunday, April 23, 2006

Passeio domingueiro

O rapaz da bicicleta cantava e entrava satisfeito para e na rua cinzenta que subia. A coloração ocorria nos traços gravados pelos pneus na calçada paralela ao caminho pioneiro e pela melodia vocal visível de alegria. E ao longe ocorria o final da tarde passageira em noventa graus de zénite de sol. Os seres que aprovavam voltavam-se depois do pressentimento da revolução contínua que se aproximava, que se elaborava numa torrente de alegria indefinida e que varria a meme de passeio domingueiro abruptamente contrariado pelo oposto da rotina do espaço cheio da voz.

Sunday, April 16, 2006

Local cinzento

Local cinzento de brumas endiabradas
Se escolhes a pontuação de ser vives em constante indiferença
E relatividade
E ai se tudo é relativo
Se eu digo cor tu dizes olhar
Se tu dizes chão eu digo andar
Tudo em verbo num "Ai" infinito
Desses esses que apalpam as velas
Abafando a chama do inconstante que te contorna
A ti