Sunday, December 12, 2010

enclausurados os olhos, tomas sentido de uma voz que teve origem num desejo em catarse singular. a voz que mesmo antes de existir já almejava a uma, à tua!, existência independente do acto compulsivo de viver. e essa voz que se encontra alojada no teu âmago não sai de forma nenhuma pelos orifícios principais que cumprem a via normal da comunicação.
por tudo isto, consegue agigantar-se ao transitar pelo corpo inteiro ao ponto de sentir que tem capacidade para dilatar poros, decompor-se em pequenas mensagens parciais de sentido para finalmente chegar à superfície e apavorar os transeuntes que se cruzam muito perto de ti, com os seus pequenos universos e mentiras que dão lugar a verdades que se complementam harmoniosamente com as tuas.