Sunday, December 28, 2008

Mais uma manhã azul. Mais uma.

A manhã azul é oposição ao dúbio conhecimento de tudo. O objecto muda consoante as horas e a iluminação vai escasseando em vermelhos subliminares. Do azul para o vermelho. No meio um branco vazio de existência.

Eu infirmo.

Faltam-me forças para enfrentar a manhã azul que não me trouxe qualquer novidade ou chamamento. Apesar de a alvorada já ter sido. Já foi. Já foi.

Repito com paciência constante. Já foi.

Não agradeço este novo dia. Fico à espera enquanto a manhã azul se povoa de nuvens. Enquanto a atmosfera serve o seu propósito redentor e lava todos os recantos do corpo.

Depois aparece o meio do dia.

De cabelos alvoraçados estico as mãos meio metro acima do corpo. Alcanço mais um pouco de atmosfera e mais nada. As nuvens começam a fugir endemoniadas pelo vento e eu desço meio metro abaixo do corpo, sento-me e adormeço até à próxima manhã azul que decidir despontar aqui.

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